segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O anel de Sintra


Tal como a aldeia gaulesa, Sintra está rodeada de legiões ansiosas por encher de novas construções o espaço em volta. Monte Santos, Quinta de Santa Teresa, Ramalhão, tudo espaços em torno do Centro Histórico para onde se anunciam moradias, hotéis em nome da necessidade de equipamentos turísticos, e que, tal como ocorreu no passado noutros locais, vão depois perdendo a natureza "altruistíca" de criar camas para o concelho para privilegiar a venda de apartamentos e casas de luxo, muitas vezes segundas residências que não trazem comércio ou terciário, apenas poluição visual(veja-se o caso da Quinta da Beloura, bunker monótono de casas onde não há vida nas ruas nem pessoas a circular, só pequenas fortificações à medida dos novos ricos que as compraram).
A revisão do plano de Groer-ou mesmo a elaboração dum outro plano- carece de ampliação da zona de intervenção que, em minha opinião , deveria coincidir com a zona da paisagem cultural de Sintra, com um orgão de gestão específico e único ,e um plano faseado de investimentos e incentivos ao comércio e serviços, na óptica da modernização e fornecimento de serviços. Isto a par de incentivos para o arrendamento de espaços degradados com apoios a quem se propusesse recuperar as casas, senhorios ou inquilinos, com incidência nas taxas a pagar ao Município. E sobretudo equacionando a questão do estacionamento, com a criação de 3 ou 4 parques periféricos com pequenos autocarros de apoio para o transfer de turistas e visitantes com carro, permitindo apenas o parqueamento aos moradores e apenas um veículo por família, com a possibilidade de se efectuarem trocas com moradores sem carro, na perspectiva de não se ultrapassar mais que 1 carro por fogo habitado, estando outras situações sujeitas a taxação.
A recuperação de fachadas e reconstrução desde que destinadas a projectos comerciais e culturais ou habitação deveria estar sujeita a um regime simplificado de mera conformidade com o plano e o elucidário arquitectónico, sendo isentos de taxas municipais os projectos que comprovadamente visassem recuperação de fachadas, criação de áreas comerciais ou habitação, e assim se mantivessem pelo prazo de 10 a 20 anos.
Enfim, muitas soluções existem, e é no diálogo com os munícipes, fregueses e fruidores de Sintra que as soluções devem fluir.Com urgência.


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