sexta-feira, 22 de julho de 2011

Património.

Muito se tem escrito sobre os atentados de que o nosso património material é alvo com frequência, principalmente a nível local, que por ser mais próximo nos solicita imediatas reacções, mas também a nível nacional, neste âmbito enquadrado já em especificas teias de interesses.

Ora, no que a Sintra diz respeito, e em plena época alta turística, serve esta para evidenciar problemas antigos, eternamente à espera de intervenção integrada e adequada, que os sucessivos executivos camarários teimam em votar ao esquecimento, refugiando-se constantemente em discursos patéticos envolvendo misticismos e em slogans próprios de indivíduos com nível cultural a roçar a mediocridade.

Mas não só de património material é composto os lugares. Outro existe – o imaterial – que se deve revestir da mesma importância do primeiro e por isso merecedor de igual protecção.

Por isso hoje abordo uma questão merecedora de reflexão.

Da salvaguarda do património deveria pertencer a protecção de denominações ou conceitos afectos ao espírito dos lugares. Por exemplo, em Sintra, é gritante a quantidade de vezes que é usada a expressão “Monte da Lua” como nome de qualquer estabelecimento comercial, ou a evocação de figuras como “D. Fernando II”, para denominação de espaços completamente descabidos de coerência e de oportunidade. Há dias tomei conhecimento de uma empresa de construções com o nome de “Edla”. Resta saber se faz menção à figura da Condessa tão ligada ao tal património material sintrense.

Creio que só no aspecto meramente teórico possa abordar esta questão, pois não espero que os “responsáveis” que deixam transformar edifícios históricos e identitários de lugares em ninhos de ratos, consigam alcançar a pertinência desta reflexão.

2 comentários:

Fernando Castelo disse...

Estimado Senhor Ricardo Duarte,

Felicito-o por esta nova fase do "Linhas de Sintra", fazendo votos pelos maiores êxitos.

Quanto do tema de hoje, como sabe, vivemos rodeados de pseudo amigos dsa história.

Se tivermos em conta algumas posições contra um parque de estacionamento na Volta do Duche (eu estive contra, digo já) e como, hoje, no mesmo local, se pratica autocaravanismo selvagem sem que isso incomode alguns dos "lutadores" da época, fica muita coisa dita.

Tal como se fingir promover o turismo e, para exemplo, ir mostrando aquelas casas pombalinas, quase em derrocada, que ainda há pouco tempo podiam ser recuperadas. Até diziam que ia ser lá o museu Dorita Castel-Branco.

Felicidades, pois temos mais um nesta luta.

Fernando Castelo

Ricardo Duarte disse...

Obrigado Sr. Castelo.