sábado, 2 de outubro de 2010

Bed English!

Ainda pensei escrever o primeiro post deste blogue em inglês. No entanto, ainda que o domine o suficiente para produzir um texto de fácil compreensão, receei cair naquela versão que por estes dias mais está presente nas nossas tertúlias, o BAD ENGLISH.
Bad english? A expressão reporta-se ao seguinte: na passada semana o primeiro-ministro de Portugal (sim, aquele que tem no curriculum uma licenciatura em engenharia da qual consta um exame de inglês técnico feita por fax, aquele que considera que quem ganha 600,00€ por mês não merece abono de família…) efectuou uma comunicação na Universidade de Columbia em Nova Iorque sobre políticas energéticas a alunos e professores da referida Instituição, uma das mais importantes do mundo.
Usou para tal a língua inglesa tendo avisado os receptores em tom de piada macarrónica que não se iria expressar em comum bad english mas sim em english.
Tal comunicação abunda em erros de gramática e de vocabulário suficientes, pelo que cheguei a pensar estar a ouvir uma qualquer abordagem do Zezé Camarinha a uma loira do countryside numa praia algarvia. Mesmo o conteúdo do discurso é tão pobre que nem deveria de ser proferido numa escola de 2.º ciclo em Freixo de Espada à Cinta...
Ainda julguei também que o senhor teria inventado uma nova variante da língua inglesa. Além do inglês técnico/científico, do arcaico, do literário ou até do mais puro (falado quase em exclusivo pela rainha) estaria ouvindo um novo estilo, qualquer coisa como um bed english.
Imagino como se sentirá o docente que corrigiu aquele exame que recebeu num belo Domingo…
Ao que sabemos, as comunicações em palestras não costumam ser elaboradas pelos emissores das mesmas pelo que uma dúvida me consome: que sumidade terá escrito aquele texto?
A resposta à pergunta pouco interessa. O que fica registado mais uma vez é a péssima imagem deixada por este alto representante da Nação além fronteiras. Como viajante regular, reconheço e sinto orgulho pela imagem que o nosso povo e País possuem no estrangeiro. Conheço também os esforços a que os cidadãos comuns se dedicam para tal. Tenho pena que, sendo Portugal um País ainda culturalmente e socialmente atrasado em relação aos outros congéneres, essa característica sejam repetidamente evidenciada por aqueles que nos deveriam representar convenientemente.
Uma ideia final:
Senhor Engenheiro, não invente. Esqueça o castelhano e o inglês. Nem se atreva em francês ou alemão. Comunique somente em português…
Ricardo Duarte.

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