sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tourada - Arte Popular I

Como tudo o que é polémico, ou tornado tal, quando se fala de touradas surgem logo reacções de sentimentos opostos. De um lado os que a defendem como manifestação artística e símbolo cultural. De outro os defensores (e pseudo) dos direitos dos animais, explicando-a como uma barbárie, espectáculo de sangue, próprio de sociedades do terceiro mundo.

Sem ser um grande aficionado, sou defensor desta arte. Entendo que espectáculos envolvendo animais sempre houve e sempre haverá e encontro na tourada uma dimensão artística e cultural pertencente à identidade portuguesa.  Muito para além da arte do toureio, encontro um conjunto de tradições e ofícios ligados ao espectáculo, desde o artesão que produz as bandarilhas até ao simples músico da banda que toca na tribuna, passando pelo sapateiro, ferrador, alfaiate, etc. Juntando-lhe o ambiente das tertúlias com a música incluída (musica popular, de improviso ou o fado), então não tenho dúvidas que temos arte.

 Irrita-me sobremaneira uma espécie abundante na nossa sociedade que são os arvorados em catedráticos de tudo e mais alguma coisa. No caso das touradas, existem os especialistas em sofrimento animal. Espero que essas sumidades expliquem um dia o verdadeiro sofrimento do touro tendo em conta as suas características anatómicas ou até que comparem esse sofrimento com o do seu cão que fazem questão de manter num apartamento anos a fio ou que o deixam fechado no carro durante uma tarde inteira de calor enquanto fazem compras numa grande superfície.

Por outro lado, para encontrarmos espectáculos com animais temos que ir a países do terceiro mundo como os EUA para assistir a rodeos, aos países escandinavos para assistir a corridas de trenós puxados por cães ou às Ilhas Britânicas para ver corridas de galgos ou cavalos.

(Continua)

Ricardo Duarte

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