domingo, 10 de outubro de 2010

Cultura:novos e velhos problemas

Nestes tempos de PEC que a todos incomoda,parece que as verbas para a cultura vão ficar em stand by, qual aeroporto em dia de erupção do vulcão islandês, com a perspectiva de toda a vida do país se centrar na disposição matinal dum qualquer funcionário de uma agência(americana) de rating ou se é dia de avançar com o TGV ou não.
Portugal está nos cuidados intensivos, e neste estado comatoso as prioridades vão para o soro ou as ligaduras e só residualmente para tudo o resto, num climax psicótico de finis patriae que, ao invés de tolher a acção, deve antes mobilizar os produtores culturais filhos da Crise.A Crise é um desafio para passar a um estado adiante, de eventual catarse, com novos paradigmas e novos protagonistas.A todos convoca, para, de forma envolvida e envolvente fazerem mais e diferente,contra a modorra dum país refém que abafa os seus espíritos criativos e tem falta de projectos galvanizadores para os cidadãos e não só para as empresas de obras públicas.
Obra pública é restaurar as sinergias criativas dos cidadãos com talento e projectos.E muitos há por aí, arrastando-se pelos cafés, sem perspectivas e apoios.
Em Sintra, os agentes culturais têm vontades, e deram um exemplo do que podem fazer, mesmo sem o apoio ou envolvimento dos poderes, fácticos ou reais, como o demonstrou a recente Mostra da PAACS, onde, sem dispêndio de um cêntimo, e com a apoio logístico duma junta de freguesia os mesmos mostraram que querem fazer coisas, há talentos e vontades,cidadanias por potenciar, país para fazer.Preciso se torna ser incisivo no essencial e deixar o acessório e lamuriento, partir para o terreno e não habitar em permanência os pseudo-confessionários do Facebook ou do Messenger, mobilizar e actuar.Só assim se pode fazer a diferença e partir para a construção de projectos envolventes, dando pequenos passos,em diálogo e partilha.
Problema velho, realidades novas.
Fernando Morais Gomes

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