sábado, 9 de outubro de 2010

Tourada - Arte Popular II

(Continuação)

No inicio da década a discussão atingiu o pico máximo com a mediatização da vila de Barrancos a respeito das tradicionais corridas com touros de morte, ilegais até então. Como é normal no nosso País, milhares de pessoas foram atrás das televisões e a pacata vila esquecida durante todo o ano reapareceu no mapa no mês de Agosto.

O poder político resolveu a questão com a criação de um regime de excepção de acordo com heranças culturais. Incapazes de promover uma discussão ampla e concreta, ignoraram os legisladores outros casos em tudo semelhantes como o das festas do Divino Espírito Santo na aldeia do Penedo em Colares. Com o intuito de agradar a gregos e a troianos, diversas autarquias vêm comunicando que não apoiam touradas, mas também não proíbem…

Certo é que apesar das polémicas (abertas até em maior escala no país vizinho) parece haver cada vez mais adeptos da festa brava.

Em Cascais, um movimento surgido na internet via Facebook reclamando a construção de uma nova praça de touros (a velhinha Monumental foi demolida em 2005) conta já com mais de 3000 apoiantes.

Em Sintra, nas festas de Verão deste ano, diversas aldeias incluíram nos seus cartazes pela primeira vez touradas, garraiadas, vacadas ou novilhadas.

Num País livre e democrático todos os cidadãos têm o seu direito de opinião. È uma verdade à La Palice. Por isso tanto é válido o direito de gostar com o de não gostar.

Entendo que num mundo cada vez mais global, as nossas diferenças, o que nos torna originais, são ainda as nossas raízes, as nossas tradições.

Por isso, embora pouco dedicado, sou Aficionado!

Ricardo Duarte

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