quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A crise europeia: uma perspectiva axiológica.

Na última década assistimos à ascensão económica dos denominados BIRC (Brasil, Índia, Rússia, China) no panorama internacional, até então dominado unilateralmente pelos E.U.A.

Aliada histórica dos Estados Unidos, a Europa, manteve-se vinculada a um determinado modelo de desenvolvimento que produziu a sua crescente irrelevância na política e economia internacionais. O terrorismo, o seguidismo na guerra do Iraque e a crise financeira e económica destruíram apenas o que há muito ameaçava ruir mas que nenhum governante tentou evitar. De facto, o fim do império americano demonstrou a fragilidade em que a Europa vive e, que o contrário do que se possa afirmar, do perigo de uma grande regressão económica, politica e axiológica.

Num mundo onde a economia comanda a politica e dita os valores, o seu domínio por países onde a dignidade da pessoa-humana, a liberdade politica, a igualdade social e de género e o respeito pelo meio ambiente são miragens e alvo de ataques pelas gentes que governam nessas zonas do globo, é o problema mais grave na Europa desde a II guerra mundial. Todavia, os agentes políticos, agentes económicos e opinião publicada europeia mantêm a mesma estratégia anterior à crise: enfiar a cabeça na areia.

A valorização que se faz dos BIRC, apontados como exemplo, a igualdade de tratamento que lhes é atribuída nas negociações de politica internacional e nas relações comerciais entre países é um caminho perigoso e que marca a destruição daquilo que fez da Europa a referência do mundo: os seus valores. A substituição desses valores milenares com origem na Respublica Christiana pelo ateísmo, relativismo e cosmopolitismo dos mercados é a certeza da desgraça e a concretização do admirável mundo novo.

Devemos estar atentos e lutar contra este mundo de inevitabilidades que nos tentam impor. Não somos todos iguais, temos uma história e uma cultura próprias de que nos devemos orgulhar e todos os dias preservar para que o totalitarismo não nos derrote e nós, portugueses, povo milenar, temos esse dever histórico: impor uma nova ordem mundial onde os nossos valores estejam presentes, onde ditaduras e tiranias devem ser tratadas com o desprezo que merecem e não acarinhadas e desculpadas pelos cobardes e gananciosos que nos governam.

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